[Resenha de Tinta] Eu te darei o Sol



PARCEIRO NOVO CONCEITO


Título original: I'll give you the sun.
Autor: Jandy Nelson
Número de páginas:348
Editora: Novo Conceito
ISBN:  9788581636467
Ano: 2015
Nota: 5/5 

Sinopse: Noah e Jude competem pela afeição dos pais, pela atenção do garoto que acabou de se mudar para o bairro e por uma vaga na melhor escola de arte da Califórnia. Mal-entendidos, ciúmes e uma perda trágica os separaram definitivamente. Trilhando caminhos distintos e vivendo no mesmo espaço, ambos lutam contra dilemas que não têm coragem de revelar a ninguém. 

Resenha: Olá gente,
Antes de mais nada, quero dizer que eu me odeio por ter um certo preconceito com alguns livros. Isso aconteceu com Eu te darei o sol. Não havia lido a sinopse e também julguei ele como drama e não queria ler drama naquele momento. Enfim, coloquei na minha cabeça que o livro ia ser chato (Quando na realidade eu que sou chata.). E o que aconteceu? Bati minha cara no asfalto, no telhado, no poste ou em qualquer lugar com superfície dura. Parabéns, Daniele!

Então quando comecei a ler o livro fiquei um pouco confusa mas depois fui pegando o ritmo da leitura e não consegui largar mais. Então vamos lá. O livro conta a história de Noah e Jude, dois irmãos gêmeos que possui uma ligação muito forte, chegam até saber o que cada um pensa. Mas a relação deles começa a se conturbar quando eles se vêm competindo em tudo. Seja pela atenção dos pais ou uma paixão pelo novo vizinho. Além do mais, os dois são artistas, por isso tendem a sentir as coisas de maneiras diferentes, mais intensas. Noah é um revolucionário, como ele diz, uma pessoa que não se mistura com os outros e que é ele mesmo e isso nem sempre é bem aceito no meio de um grupo de pessoas. A mente de Noah é algo totalmente incrível(pelo menos pra mim). Ele imagina tudo como se fosse uma pintura, e ele desenhasse isso em sua cabeça antes de colocar no papel. Eu ficava maravilhada com suas concepções sobre tudo.

Como sou capaz de ver as almas das pessoas às vezes, ao desenhá-las, sei o seguinte: a mamãe tem uma enorme alma de girassol, tão grande que mal sobra lugar para os órgãos. Jude e eu temos uma alma em comum que compartilhamos: uma árvore com as folhas em chamas. E o papai tem um prato de larvas como alma.
Noah passa por diversas transformações durante o livro, assim como Jude. Jude é uma pessoa difícil de descrever porque o leitor vai descobrindo realmente quem é ela junto com a personagem. Ela passa de a menina popular da escola pra a menina estranha e com seu capuz invisível. E só durante a leitura podemos ver o porquê da transformação dela.
O boicote aos meninos está ativo. Venho totalmente equipada com escudos antimeninos e um uniforme de invisibilidade à prova de falhas: Para desaparecer do nada: corte um metro de madeixas loiras e coloque o cabelo restante numa touca preta. Mantenha as tatuagens onde ninguém possa vê-las. Use apenas blusas com capuzes enormes, calças jeans e tênis. Fique quieta.

Aqueles que possuem irmãos vão se identificar com algumas brigas entre Noah e Jude rs. Eles acreditam que sua mãe e seu pai têm um filho preferido, e isso causa uma confusão enorme na cabeça deles. Os dois são como carne e unha mas devido a tragédia, segredos, e mistério eles se distanciam a ponto nem de reconhecer um ao outro.
Por isso é que ninguém nota que Jude fala por nós dois, por isso é que conseguimos tocar piano somente a quatro mãos, nunca sozinhos, por isso é que nunca brincamos de joquempô, porque nunca em treze anos, escolhemos coisas diferentes. É sempre assim: duas pedras, dois papéis, duas tesouras. Quando não nos desenho assim, eu nos desenho como pessoas pela metade.
A obra é intercalada entre o ponto de vista dos dois. Noah e Jude com 13/14 anos e a segunda parte Noah e Jude com 16 anos. A escrita de Jandy é maravilhosa, é como se ela estivesse descrevendo aos poucos uma pintura em andamento. 
O que é ruim para o coração é bom para a arte.
No meu conceito, ela quis passar várias mensagens, seja sobre drama familiar, homossexualidade, amor, arte e mais amor. E isso se completou de maneira mais natural possível na trama. Os personagens são bem desenvolvidos, a ponto de que irei sentir saudades de cada um rs. 
Afinal, quem sabe? Quem sabe alguma coisa? Quem sabe quem está no controle? Ou o quê? Ou como? Quem sabe se o destino é apenas como você conta para si mesmo a história da sua vida?

Eu te darei o sol é um livro que é carregado de sentimentos, é sobre cada um de nós, sobre como erramos e julgamos errado na maioria das vezes. Eu me pegava as vezes rindo que nem uma boba e em meio a suspiros com uma emoção repentina. Porque é isso que o livro faz com você, desperta uma bolha de sentimentos que se explode dentro de você causando uma paixão pela obra. Parabéns Jandy! 

Rapidamente faço um pedido.Arrisque-se (uma, duas, três, quatro vezes).Reconstrua o mundo.
Indico essa obra fantástica para todos, se tornou um dos meus livros que irei levar para vida, recomendadíssimo!









 

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