[Resenha de Tinta] Lembranças

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Título original: Lembranças
Autor: Maria de Lourdes Krieger
Ano de lançamento: 203
Número de páginas: 168
Editora: Dimensão
ISBN: 8573193271
Nota: 4/5



Sinopse: A personagem central deste romance não tem nome. Filha única, cresceu em um lar em que, se faltava dinheiro, sobravam carinho e mimos de seus pais. Jovem preparou-se para ser professora, sonho de sua mãe, ex-governanta de Dona Estela, a mulher mais rica da cidade em que moravam.
Conheceu Irineu, gerente do Banco do Brasil, com quem namorou e deveria noivar. Mas o destino mudou-lhe os planos e ela casou com Ricardo, o Nego, homem bom e trabalhador. Teve dois filhos e sua vida corria tranquila, até o desemprego do marido. A partir desse momento sua vida se alterou. Morando em outra cidade, longe de mãe, viu-se na contingência de arrumar emprego. Desiludida com o baixo salário de uma professora do hoje Ensino Fundamental, decidiu seguir o conselho de uma mulher humilde que conheceu em um ponto de ônibus: ser faxineira.
Não aceitando a nova condição social, deixa em segundo plano a realidade - marido e filhos - e refugia-se nas recordações de seu passado feliz. Ao mesmo tempo, entra em sua vida Luz Marina, que a faz recordar Dona Estela e tudo que esta representa: generosidade, beleza e finesse.
Passado e presente se entrelaçam, até o final surpreendente. A personagem central não tem nome porque é, um pouco, a história de muitas mulheres que conhecemos.

Resenha:
Na capa temos uma foto ou pintura de um rosto e busto de uma mulher, em tons claros e rosáceos. Os olhos são destacados como se tivéssemos recortado outros olhos e colado no rosto desta. Singelo, simples mas perturbador! Será que ela vê mais do que aparenta? Enxerga o mundo de uma forma diferente? Mais belo? Mais deturpado? \O/
Encantei-me com forma de escrever da autora, um estilo diferente e interessante. Que boa surpresa descobrir uma autora brasileira talentosa nesses novos tempos tão estranhos!
A narração em primeira pessoa, o enredo não linear e a trama baseada nos fatos cotidianos, mas que remetem a sentimentos mais profundos, fez-me recordar de alguns contos de Clarice Lispector.  Talvez haja até uma certa introspecção - não tão espessa como a lispectoriana - mais translucida porém presente.
Sentindo-se só e invisível em seu emprego, em sua casa, em sua família, vemos nossa protagonista perder-se em suas lembranças e buscar aconchego na vida de ricas, educadas e delicadas mulheres.
Ela já vivia com o sorriso à Mona Lisa, acentuando-se cada vez mais. (p.76)
Em certa hora, sei lá o porquê, fiquei com medo de que nossa protagonista tivesse o mesmo fim de Macabéia! Não me peça para lhe explicar! O.o Depois, mais ao fim, já estava me chateando, predizendo o final:
- afff! Quer ver ela melhorar, ficar tudo bem?!
Mas o inesperado aguardava atrás da porta, ou melhor, atrás da próxima página! Adorei!! *_____*

*Este livro foi uma cortesia do Grupo Livro Viajante.

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